Quando andava no Secundário (há já uns bons anos atrás), adorava a disciplina de Psicologia e cheguei mesmo a ponderar a hipótese de vir a ser psicóloga. No entanto, esse não foi o rumo por mim escolhido, apesar de ainda hoje, confesso, me fascinar a leitura de livros sobre o assunto.
Bem, mas isto tudo só para dizer que, se na altura tivesse optado por essa via, hoje se calhar estaria bem melhor, não fosse o elevado número de pessoas que hoje necessitam de um psicólogo para conseguir levar a sua vida para a frente.
E o curioso é que essa dependência (indivíduo – psicólogo), começa bem cedo, desde os primeiros anos de escola, em que os pais dos meninos, preocupados com a sua falta de interesse e concentração nas aulas, acham que a melhor solução é levá-los ao psicólogo, de modo a alcançarem melhores resultados.
No meu tempo (será que foi assim há tanto?!) as crianças nem sabiam o que era um psicólogo, e o único remédio que tinham era, caso não fossem miúdos muito inteligentes, estudar até não poder mais, de modo a conseguir passar de ano. Os mais burros (sim, porque há crianças burras, senhores psicólogos!), coitados, lá teriam de repetir o ano, como tantos outros, felizes por as férias de Verão estarem à porta. E não ficavam deprimidos nem frustrados, e os pais encaravam isso com a naturalidade necessária, e no próximo ano-lectivo lá voltavam à escola, contentes, prontos para encetar mais uma nova caminhada.
Mas hoje não… Actualmente há desculpas para tudo, e os garotos precisam de ser acompanhados constantemente, porque os pais exigem deles o que nunca exigiram de si próprios, e esquecem-se, na maior parte das vezes, que o que os seus filhos necessitam é de atenção, amor e carinho, não do psicólogo, mas da família.
E continuarão sempre a existir crianças burras (ou menos inteligentes, para os mais sensíveis!)... Mas, no fim de contas, não será tudo a mesma coisa?!
Bem, mas isto tudo só para dizer que, se na altura tivesse optado por essa via, hoje se calhar estaria bem melhor, não fosse o elevado número de pessoas que hoje necessitam de um psicólogo para conseguir levar a sua vida para a frente.
E o curioso é que essa dependência (indivíduo – psicólogo), começa bem cedo, desde os primeiros anos de escola, em que os pais dos meninos, preocupados com a sua falta de interesse e concentração nas aulas, acham que a melhor solução é levá-los ao psicólogo, de modo a alcançarem melhores resultados.
No meu tempo (será que foi assim há tanto?!) as crianças nem sabiam o que era um psicólogo, e o único remédio que tinham era, caso não fossem miúdos muito inteligentes, estudar até não poder mais, de modo a conseguir passar de ano. Os mais burros (sim, porque há crianças burras, senhores psicólogos!), coitados, lá teriam de repetir o ano, como tantos outros, felizes por as férias de Verão estarem à porta. E não ficavam deprimidos nem frustrados, e os pais encaravam isso com a naturalidade necessária, e no próximo ano-lectivo lá voltavam à escola, contentes, prontos para encetar mais uma nova caminhada.
Mas hoje não… Actualmente há desculpas para tudo, e os garotos precisam de ser acompanhados constantemente, porque os pais exigem deles o que nunca exigiram de si próprios, e esquecem-se, na maior parte das vezes, que o que os seus filhos necessitam é de atenção, amor e carinho, não do psicólogo, mas da família.
E continuarão sempre a existir crianças burras (ou menos inteligentes, para os mais sensíveis!)... Mas, no fim de contas, não será tudo a mesma coisa?!




4 comentários:
Os pais de hoje, e ainda bem que não foram todos, mas infelizmente a maior parte, demitiram-se da nobre tarefa que é educar os filhos… responsabilizando e transferindo as suas responsabilidades para a escola, para as forças de segurança, etc…. Isto é para todas as instituições possíveis… esquecendo que a instituição família é a mais importante, sendo a que fornece a educação de base e a consolida ao longo da vida…
Peço desculpa… por me alongar… mas não poderia deixar de colocar este texto do qual desconheço o autor…
…”
Criancinhas
A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.
Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.
A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».
A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».
Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.
Isto são os Paizinhos que se dizem Modernos.
É por isso que hoje em dia não há respeito por ninguém, em lado nenhum.
Vai ser este o Futuro da nova geração
…”
A utilização do psicólogo por vezes não será apenas para os pais reduzirem o sentimento de “Culpa"… de terem tempo para tudo… menos para os filhos?... Por vezes basta apenas falar!...
Concordo, F Geria!
Quanto ao texto, que diz muito, sem dúvida, é de Miguel Carvalho e foi publicado na revista Visão.
ser "PAI" não é nem nunca foi fácil...Hoje, a maioria dos pais não sabem educar os seus filhos!...ou porque não querem ter trabalho, ou porque não se querem chatear...são permissíveis! Não são capazes de dizer "não"...estando a criar autênticos "bichinhos"!...À medida que essa crianças vão crescendo vão surgindo dificuldades,à menor contrariedade, ela fica deprimida
, frustrada!...
se estivesse habituada a ouvir dizer "não", resolveria esse obstáculo na vida e seguiria em frente, como não foi, recorrem aos psicólogos, psiquiatras...
Aos nossos filhos é urgente dar amor, carinho, dizer não quando necessário, e...saber ouvir, ter sempre um tempinho para estar com os filhos.
se não QUERES ter tempo...não os deixes nascer!
Cara Bárbara!
Pior, pior não são as crinças burras às quais preferimos chamar inadaptadas...
São os pais que já não têm filhos regulas! Preferem-nos hiperactivos! Soa melhor! E ai dos psicólogos que não atestarem essa hiperactividade!
É de loucos! Palavra de psicóloga...
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