quarta-feira, janeiro 23, 2008

Religião ou irreligião?!

Sou ateia (e agnóstica, também).
Por um lado, porque não acredito em nenhum Deus; por outro lado, porque, como ser-pensante que sou, sempre me questionei em relação a tudo, recusando-me convictamente a percorrer o caminho que a maior parte das pessoas percorre, sem sequer se interrogar se será realmente o mais acertado.
Não sou nem melhor nem pior pessoa por não acreditar em Deus e seguir uma doutrina. Aliás, os valores que considero como fundamentais na Vida não são específicos de nenhuma religião, e, muitas das vezes, são até ignorados por algumas delas, em nome de um Deus, de uma entidade abstracta que é posta acima do que realmente é o mais importante na Vida.
Como é que, no que às Testemunhas de Jeová diz respeito, há pais que, vendo os seus filhos entre a Vida e a Morte, em que só uma transfusão de sangue pode garantir a sua sobrevivência, são capazes de impedir os médicos de a fazer?!
Como é que a Igreja Católica, manifestamente contra o aborto, é capaz de continuar a defender a não utilização do preservativo e a ideia de que as relações sexuais só têm como finalidade a procriação?!
São ideias como estas que me fazem crer que, ao invés de progredirmos e tornarmo-nos, como seria de esperar, seres melhores, continuamos medíocres, obscuros e intelectualmente retrógrados.
Devo dizer que se apenas referi as Testemunhas de Jeová e a Igreja Católica neste meu devaneio foi simplesmente porque continuam a ser as doutrinas com mais fiéis neste nosso Portugalinho; no entanto, e como não podia deixar de ser, o meu pensamento é extensível a todas as outras religiões.
Eu, orgulhosamente, vou continuar a recusar esse Deus, essas ideias absurdas que tantos acarinham incondicionalmente, e seguir os meus princípios, em nome apenas da consciência, da minha livre consciência!

10 comentários:

J º º G disse...

Como se pode “orgulhosamente recusar esse Deus” que não se conhece? São as ideias absurdas? E serão incondicionalmente acarinhadas por tantos? E quais são esses princípios que marginalizam à partida todos aqueles que não estejam inclusos no mesmo espírito?

“Deus e a Nova Física” de Paul Davies e “O Cérebro de Broca” de Carl Sagan. Lêem-se num estante e… a conversa segue dentro de momentos!

Rui Miguel Saraiva disse...

As histórias que as religiões nos "vendem", não nos servem, porque existe erros de interpretação obvios e porque não aceitamos o que não conseguimos provar. E os absurdos fazemo resto. Agora, a fé, essa acho que está por aí e recomenda-se. Convém ter fé em alguma coisa, quanto mais não seja em nós próprios.

F Geria disse...

"É impossível proceder ao infinito na série dos seres que se geram sucessivamente. Deve-se admitir, por isso, que existe um ser necessário que tenha em si toda a razão de sua existência, e do qual procedam todos os outros seres. A este chamamos Deus."
(S. Tomás de Aquino)

Catarina Alves disse...

Eu também não posso dizer que tenho religião... uma pessoa que não aceita por completo tudo o que faz parte dela, aceita-a?!?

Questinei-me muito, e ainda questiono... Isto porque não aceito para mim ideias feitas, ideias que cada religião faz acreditar... E poucos são os questionam. Aceitam, sem pôr em causa.

Eu criei a minha fé... E é essa que me dá força.

Beijinho

Nani

Joana Pinto disse...

Ainda hoje me questiono sobre muitas práticas arcaicas e pensamentos obscuros, como dizes, de muitas crenças religiosas...
Quando digo que não professo nenhuma religião e que nao acredito em Deus, enquanto figura omnipotente, indiscutível e salvadora, sinto um olhar de incompreensão e de condenação...
Mas,na verdade,e independentemente do ostracismo social que resulta de não ter 1ª comunhão,de não debitar ensinamentos de catequese e de não integrar os escuteiros, vou criando, tal como Catarina Alves o disse aqui, a minha própria fé, muito mais telúrica e humana, ao invés de uma crença espiritual de devoção a uma criatura criada há milénios.
Eu acredito no valor da Humanidade, ainda que a sua maioria justifique todos os seus actos, bons e maus, com crenças e valores que ideologica e cientificamente vem sendo desmitificados ao longo do séculos...Acho mesmo que no dia em que a luz se abrir sobre esta continuada Era das Trevas, a mesma da Idade Média, se faça justiça e a poderosa Igreja Católica e todas as outras ramificações, crenças e demais fés paguem pelos anos de atraso cultural, paguem pelas atrocidades que ainda hoje perpretam...E com isto falo na criminosa condenação do preservativo, na evangelização assassina pelas Américas e África, na insistente penetração na política,na excisão de mulheres, na continuada educação demagógica que impingem e na execrável riqueza de vestes que opuletam em nome de Cristo, que se diz, andava descalço...
Claro que ressalvo aqui que ajudam, apesar de tudo, muitos seres a encarar a vida e a morte, os seus medos,etc....Mantenho, todavia, a minha opinião, ceitando sempre os que encontram o seu bem estar na fé religiosa.Só não aceito abusos e violações dos direitos humanos!
No entretanto, vou vivendo e procurando a minha fé em mim, no Ser Humano, na Natureza...com o tempo verei se optei bem em negar a educação à "Eusebiozinho" ou se a opção "Carlos da Maia" me tornará uma "vencida da vida" ociosa...mais uma neste "Portugalinho", como dizes.Mas, já estamos no século XXI e, portanto, acho que vou escolhendo bem...

Nuno disse...

Esta questão da religião é bastante polémica. É compreensível que o Ser Humano, como ser pensante que é, questione as suas origens. A religião faz parte de uma hipótese que justifica a sua existência. A ideia de que estamos aqui por mero acaso pode ser de difícil aceitação e, havendo uma entidade que nos gerou, isso facilita a compreensão da nossa existência. A ideia de que o Universo é infinito e que para lá daquilo que nós vemos há sempre mais qualquer coisa é angustiante. O Universo terá, assim, uma dimensão de tal ordem que o Ser Humano não consegue materializar. O infinito é um conceito que o Homem não consegue concretizar e será, por isso, apenas um conceito abstracto, muito difícil de aceitar como sendo real.

Deste modo, é extremamente difícil aceitar que a sua existência é passageira e se resume à sua vivência na Terra. É muito difícil aceitar que, depois de morrer, nunca mais volte a viver. E é este «nunca mais» que faz com que o Homem acredite que existe alguma entidade superior que lhe possibilite a vida para além da morte. A religião vem responder a essa angústia e vem, de certo modo, dar a esperança de que a existência do Homem não se resume apenas à sua passagem pela Terra. Desde os primórdios da Humanidade que é assim e desde há milhares de anos que se acredita na existência de deuses. Tudo isto, muito antes de aparecerem as religiões.

Todavia, há muito que as religiões deixaram de ser aquilo que seria de esperar delas. Em vez de servirem o povo, servem-se do povo. A Igreja vive mergulhada num autismo atroz e, qualquer pensamento diferente do seu, é considerado como uma heresia. O livre arbítrio e o pensamento próprio não são encarados com bons olhos. São antes um atentado, uma obra do demónio que deve ser combatida. Por isso, surgem atitudes absurdas que, no passado levaram à Inquisição. Hoje, atitudes absurdas continuam a ser tomadas. Atitudes como condenar o uso do preservativo, impedir que padres se casem, entre outras, tornam a Igreja completamente obsoleta. Daí se pode explicar o declínio na captação de fiéis e cada vez mais, Igreja e Religião se separam. Noutras religiões mata-se em nome de Deus... Isto não é a Religião. É um fanatismo qualquer que se explica não sei como, que usa como desculpa a vontade de Deus. A existir algum Deus, certamente que não será isto que Ele deseja.

Eu não sei em que acreditar. Acredito que possa ter havido qualquer coisa que deu origem a isto tudo. Se é da maneira que a Igreja diz? Não faço ideia. Se calhar nunca existiu nenhum Deus. Se calhar até existiu. Não há nada que prove a sua existência, tal como não há nada que a desminta. Se Deus existir, quando morrermos teremos a resposta.

Ravnos disse...

[riso ironico]
Suponho que as escrituras sejam, hoje em dia, interpretadas de maneira erronea...

"Deus é um ser mágico que veio do nada, criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele, porque os ama."
-- Steve Knight

Também me considero um agnóstico... não ouso afirmar que não exista.

Alias, belo blog.

@},----

PAGBA disse...

Olá Bárbara
Sou conhecido da Joana Duarte e resolvi vir aqui dar uma vista de olhos...depois de estar no blogue dela.
E é só para dizer que também me considero ateu, apesar de já ter tido a minha dose de experiências espirituais!...
E deixo aqui, para memória futura,a frase libertária: «Nem deus, nem amo».
Considero a religião como uma pré ciência, que já cumpriu o seu papel enquanto repositório de cultura; agora temos as ciências sociais e experimentais que a substituem no entendimento da vida e do mundo.
Por outro lado a religião tem servido de base para práticas e ideologias repressivas e autoritárias (por ex. inquisição)o que não me agrada de todo.Lembre*se que o facto de ter havido inquisição durante séculos e fascismo durante 48 anos explica em grande parte que, ainda, hoje em dia, as pessoas tenham dificuldade em assumir uma cidadania activa (onde as dinâmicas de grupo desempenham o seu papel).
Sou por uma «comunidade de direito» onde as pessoas se orientem por princípios de paz, liberdade, solidariedade e fraternidade.
Por outro lado, acho que se deve beber de várias fontes culturais(ocidente\oriente, etc), de modo a se ficar com uma cultura prática e geral o mais útil possível.
Amo a natureza (plantas medicinais, etc) e gosto de me movimentar na dialéctica da vida.
E entre a probabilidade e a norma...
Saúde

Anónimo disse...

YOUTUBE HAMMAS CASAMENTO INFANTIL CHILDREN MARRIAGE

EH LEI NO PAIZ, COM PROMESSA DE UM LUGAR NO"ceu"..ceu da boca do INFERNO!!

Anónimo disse...

De onde voce veio, como foi criada será através do macaco ouve um Deus que um dia te fez do barro