domingo, fevereiro 08, 2009

Casamento entre homossexuais

Ultimamente, tem-se falado muito acerca dos casamentos entre homossexuais e, como tal, não posso deixar de, publicamente, dar a conhecer a minha bárbara opinião.
Ainda que muito específico em termos de finalidade, o casamento não deixa de ser, mesmo que tentemos mostrar o contrário, um tipo de contrato, como tantos outros, aliás, que assinamos ao longo da vida. Assim sendo, e partindo desse princípio, não posso deixar de abominar toda e qualquer discriminação baseada na orientação sexual que impede duas pessoas do mesmo sexo de o celebrarem.
Todos nós, sem excepções, temos o direito de contrair matrimónio com a pessoa que escolhemos. A não permissão de casamentos entre homossexuais demonstra uma total falta de respeito e tolerância que deve, urgentemente, ser contrariada por todos os Estados que se dizem laicos e democráticos.
O casamento tem de deixar de ser encarado numa perspectiva tradicionalista e religiosa, que apenas serve o fim da procriação, pois, por essa ordem de ideias, todos os heterossexuais que quisessem casar deveriam ser obrigados a ter filhos.

16 comentários:

Joana Pinto disse...

Subscrevo, Bárbara!
Toda e qualquer discriminação é abominável!

C Geria disse...

Concordo com a união de homossexuais, mas não concordo que lhe chamem casamento. Seria preferível arranjarem outro termo que lhes confira os direitos júridicos e legais do casamento tradicional. Esta é a questão de fundo com que os homossexuais se debatem e não se podem ou não casar pela igreja.

Bárbara Quaresma disse...

C Geria,

Não está aqui em causa casar ou não pela Igreja. Falo de casamento civil, aliás, o único válido na minha opinião. Tal como os heterossexuais, também os homossexuais têm o direito de se casar pelo civil. Isso da Igreja é outra história.

Nuno disse...

Subscrevo o que disseste, Bárbara. Embora concorde que duas pessoas do mesmo sexo devam ter o direito de poderem casar acho, no entanto, que não devem ter os "privilégios" todos que um casal de heterossexuais tem, nomeadamente, no que diz respeito à adopção de crianças.

Posso estar a ser demasiado preconceituoso em relação a isto, mas não concordo que uma criança tenha dois pais ou duas mães. Para além de ser uma situação contra-natura, não sei até que ponto isso poderá ser benéfico para as crianças, uma vez que podem vir a sofrer com a descriminação por parte das outras crianças. Mas isso já são outras histórias.

Beijinhos,
Nuno.

Bárbara Quaresma disse...

Nuno,

No meu post não falo em relação à adopção de crianças, mas, tal como tu, também considero que um casal homossexual não deve poder adoptar crianças. Poderia estar aqui a enumerar as razões, mas isso seria assunto para um novo texto...

Nuno disse...

Bárbara, eu sei que não falas na adopção, mas eu apenas referi isso para mostrar o meu ponto de vista relativamente à diferença que deve existir entre um casal heterossexual e um casal homossexual. Lá que se possa permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo tudo bem, mas não nos mesmos moldes de um casamento entre heterossexuais.

PB disse...

Gostei imenso do teu blog.
Voltarei.
Beijinhos

J º º G disse...

“Casamento, casório ou matrimónio é o vínculo estabelecido entre duas pessoas, mediante o reconhecimento governamental, religioso ou social e que pressupõe uma relação interpessoal de intimidade, cuja representação arquetípica são as relações sexuais, embora possa ser visto por muitos como um contrato.”

É assim que se pode ler a “definição” de casamento na wiki e que dá, a meu ver, uma boa imagem da coisa. Curiosamente, ou não, parece estar-se a pegar na definição pelo fim dando á parte de “contrato” a importância maior. Redutor, direi eu. Um casamento transformado num contrato é uma daquelas decapitações brutais. Estou convicto que, nem os homossexuais assim o definirão, felizmente.

Estou de acordo com a não descriminação de quem quer que seja. Ressalvo contudo que a melhor forma de pegar nesta e noutras questões fracturantes é recorrer a velha máxima de que “a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros”. E aqui voltamos incontornavelmente ao corolário da igualdade de tratamento e oportunidades para todos.

Assim sendo, e para equilibrar a balança, sugiro desde já que sejam considerados:
- Parada Hetero: grande desfile de casais pela Av. da Liberdade abaixo, de caracóis púbicos ao vento, enrolados em longas lambidelas e com paragens aqui e além para umas rapidinhas bem luxuriantes;
- Uma associação HETERO;
- Tempos de antena e noticias sobre casais Hetero;
- Lobby Hetero;
- Um PM;

É connosco, e não com a difusa entidade que é a “sociedade”, a inversão deste estado de coisas!

F Geria disse...

Definições:
Casamento - união legítima entre homem e mulher; enlace; matrimónio; consórcio; Núpcias.
Enlace - acto ou efeito de enlaçar; união, casamento.
Matrimónio - união legítima do homem com a mulher; casamento; consórcio; sacramento da Igreja que valida, perante Deus, a união conjugal.
Consórcio - união; combinação; união de várias empresas; comunhão de interesses; casamento; matrimónio; enlace.
Núpcias - esponsais; casamento; boda.

Os homossexuais assumem-se como diferentes perante a sociedade, à porta de um bar para homossexuais encontram-se os seguintes dizeres “Um bar diferente para pessoas diferentes…”.
Porque será que querem à força toda, que a união entre homossexuais se designe como casamento?... Será para se sentirem um pouco mais heterossexuais?...
Concordo que devem ter todos os direitos acerca da sucessão de património e outros, já que a “união de facto” já é possível, mas definitivamente a união de pessoas de sexo diferente nunca será igual à união de pessoas de sexo igual, quer queiramos ou não, sendo diferente, logo designação diferente.
Já existem vozes de várias instituições, até as mais tradicionais, que dizem união sim, mas sem utilizar a designação casamento.

Será que algum dia os gatos, tiveram que se designarem como cães, para terem os mesmo direitos como animais de estimação?...
Quando designamos algo de maneira diferente perde a identidade… nunca poderei chamar cravo a uma rosa….

Descriminação nunca!

Bárbara Quaresma disse...

Um pouco mais de humanidade...é só o que eu peço!

Anónimo disse...

Olá! Mas há um pequeno senão, tal como tu, concordo com a legislação do casamento civil entre homosexuais mas (e eu sei que não é disso que o teu post trata, mas são coisas intimamente ligadas) não concordo com a adopção de crianças por parte de casais homosexuais, mas por sua vez o casamento civil é descrito na lei como o contracto estabelecido entre duas pessoas com o objectivo de construir família. E no meu ver, ter sogros/as e cunhados/as novos/as não é construir família. Logo se não é para adoptar não vale a pena casar. Como alguém já referiu num comentário, arranjem outro nome para algo que confira exactamente os mesmos direitos.

Bárbara Quaresma disse...

Bem-vindo, Rodrigo!

Claro que o conceito de casamento contempla isso tudo que afirmas, mas nunca vi um conceito permanecer inalterável ao longo dos anos, por isso não vejo problema algum em se modificar o conceito de casamento

PB disse...

Olha ainda não há posts...
Beijinhos

Cláudia disse...

Concordo com o que disseste..acho egoista quem não aceita que as pessoas homessexuais se casem...têm tanto direito quanto um homem e uma mulher..é amor...

seixomirense disse...

Blá Blá, está tudo certo, eu sei queé importante o assunto, mas são questões pessoais e não é este o assunto primordial para nos prender a atenção. O primordial é a Educação, saúde, economia e justiça!!!!!!!!!!

catarina disse...

olá a todos, desculpem a invasão.

Primordial ou não, é um tema demasiado importante numa sociedade que se quer democrática e de igual direitos para todos. Ninguém têm o direito de julgar ou discriminar quem quer que seja. Não se escolhe de quem se gosta. Sou heterossexual e concordo completamente com o casamento homossexual. Também eu quero casar, e percebo que eles também o queiram. Não é por ser homossexual que os planos futuros têm obrigatoriamente de mudar. Apoio e concordo a legalização da união entre duas pessoas que se amam. Acho que enquanto humanos devemos lutar pela felicidade de todos e ajudarmo-nos uns aos outros. Isto sim contempla a religião e não comportamentos discriminatórios. E é na posição de católica praticante que acho que não somos ninguém para julgar duas pessoas que se amam, independentemente da sua orientação sexual.